domingo, maio 04, 2008
quinta-feira, maio 01, 2008

LIBERDADE
Há uma palavra
cem mil vezes proibida
e outras tantas murmurada
que grita inteira no meu peito.
Há uma palavra
cem mil vezes proibida
que foi já partida e terra de chegada
e desfolho em meus dedos com certo jeito.
Palavra
cem mil vezes perdida
cem mil vezes achada.
Cem mil vezes repetida
e outras tantas desejada.
Por ela Abril floriu
naquela longa madrugada.
E se entre medos
ódios e opressões
eu não mais puder resistir
hei-de gritar a palavra Liberdade
quanto meu pensamento
ou raiva o permitir.
António Afonso