sexta-feira, outubro 26, 2007

DOR METAFÍSICA




Múltipla neblina de silêncio
a transbordar sob a pele inerte...



Janela da alma,

brisa,

que se alonga em crepúsculos de nostalgia.


Transparência
atada a um inexprimível desejo.


Galeão sulcando marés.


Cicatriz
de bosques perdidos
decomposta na dor que em vão invento...

segunda-feira, outubro 22, 2007

ALQUIMIA



Seguras nas mãos ainda
a luz
que o poema incendiou na noite.

E baila-te no sorriso o raio de luar
que o silêncio
perpetuou no duplo horizonte
da música silente das palavras.

Foste
o Outono enluarado
eternizado sobre a alquimia das águas.


E foste
a serena faúlha dos sentidos
de todos os amanheceres de uma memória sem Tempo.


segunda-feira, outubro 15, 2007

EXTÂSE





Como árvore incendiada
que nunca arde

só restam as ressonâncias vivas
de corcéis fugazes de Outono

como se fossem
arados de água do meu húmido olhar.

Erupção
de vulcão dormente
ante rios soltos

percorrendo séculos de silêncio
e
vestindo todos os Arco-Íris
da noite errante de onde surgiste.

Em mim
deixas agora esta vazia lonjura azul
e
os eternos extâses de um desassossego sem Tempo.




domingo, outubro 14, 2007

DESTINO




Destino irreversível.


É esta luz vazia e inquebrantável
que só os sóis tecem
no claro-escuro
das madrugadas.

E todos os leitos ávidos da memória
sulcam artérias
da minha existência.

Também a dança ausente do vento
é um pássaro vestido de cisne
branco
que voa na esperança
e nas palavras que invento.

E a única coisa que entendo

é
este enorme grito de silêncio

que no corpo ressoa e se expande


no esquecimento de mim.

terça-feira, outubro 09, 2007

BAILADO DE MIM




Éter
névoa ou asa errante.

Poema que se não diz...

Angústia que perdura
na inquietação do amanhecer.

Voo
torso
cantar ou volátil melodia
que tece e embala a branca asa do silêncio...

Fragmento.

Pele.

Fugaz poesia
que se dissolve e em mim baila

eterna e pura ...


ESSA LUZ



As palavras que as mãos tecem

embriagadas de abandono e amanhecer
foram morrendo.

E dentro dessa luz
meu corpo reconhece a distância
entre o desejo e o volátil abraço
da minha dor fugidia.

Resisto assim à luz,
à respiração alada, e ao cansaço
de te procurar nessa lonjura das madrugadas.

Onde permaneces
pintando crepúsculos

de rosa e sonho ...

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